Revestimentos refratarios em equipamentos sujeito a formação de coque - Uma visão prática


Revestimentos refratarios em equipamentos sujeito a formação de coque - Uma visão prática

Formado pela Escola Técnica Federal de Minas Gerais em 1975. Ingressou na Petrobras no ano de 1979, desligando-se por aposentadoria no ano de 2012.
Na Petrobras trabalhou com construção e manutenção das plantas industriais e atuou como consultor técnico de refratário, prestando apoio técnico as refinarias no Brasil e exterior. Foi coordenador de normalização e instrutor de aplicação de refratários nos cursos de formação e foi representante da Petrobras junto a ABNT para área de refratários.
Atualmente atua como consultor técnico e ministra treinamentos na área de refratários e isolamento térmico em várias empresas e instituições.

Domingos Sávio Pessoa
Consultor Técnico

 

Resumo

Uma das plantas da área refino de petróleo mais importantes, é a unidade de craqueamento catalítico em leito fluidizado (UFCC). Esta unidade faz a conversão de produtos mais pesados (Ex.Gasóleos), em frações mais leves (Ex.Gasolinas), aumentando consideravelmente o valor agregado destes derivados. Nesta função de retirada de carbono através do craqueamento de cargas pesadas de hidrocarbonetos, acaba acarretando uma impregnação de coque nos concretos refratários que revestem internamente esses equipamentos como riser, ciclones e vaso separador, entre outros.

O refratário originalmente instalado acaba ao longo do tempo em se transformar , dando origem a um novo material composto de ( concreto +coque). Se por um lado o coqueamento do refratário melhora consideravelmente algumas propriedades físicas como, densidade, porosidade, resistência a compressão e erosão, também traz efeitos termo mecânico negativos como estufamento e encavalamento de revestimentos antierosivos  ancorados por malha hexagonal, bem como lascamentos e desplacamentos em refratários monolíticos, ancorados por grampos de V e Tridente.

Além disso o coqueamento destes revestimentos acarreta um grande esforço adicional das equipes de manutenção durante as paradas das plantas, devido à dificuldade de remoção destes revestimentos através da quebra com marteletes pneumáticos, é uma tarefa árdua que demanda muito tempo, impactando os prazos de parada.

Muitos pesquisadores e especialistas nacionais e estrangeiros estudaram o assunto, desta forma existe uma farta literatura sobre esses mecanismos de formação de coque e mecanismos de falhas destes revestimentos.

Este trabalho pretende mostrar uma visão pratica deste tema e mostrar algumas técnicas adotadas de enfretamento dos efeitos negativos do coqueamento dos revestimentos refratários no âmbito da Petrobras, bem como o acompanhamento do revestimento refratário de um Vaso Separador, sujeito a formação de coque , da unidade de UFCC da Refinaria de Betim MG, ao longo dos últimos 36 anos.