Antonio Eduardo Martinelli, Graduado em Física pela Universidade de São Paulo (1988), mestre em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Engenharia de Materiais e Metalúrgica - Mcgill University (1996). Atua na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em cerâmicas, interfaces metal-cerâmica, cimentos e compósitos. Publicou 142 artigos em periódicos científicos, 6 capítulos de livros, 89 trabalhos completos em anais de congressos. Participou da apresentação de 17 patentes. Concluiu a orientação de 57 mestres e 37 doutores. Índice h = 23, 1751 citações. Atualmente é professor titular do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e orientador dos programas de pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais e Ciência e Engenharia de Petróleo, ambos da UFRN. É editor associado da Revista Cerâmica e está no segundo mandato na coordenação da área de Materiais da CAPES. |
Antonio Eduardo Martinelli
Univerisdade Federal do Rio Grande do Norte
Resumo
Um dos pilares da área de materiais, ciência ou engenharia, ensino ou prática, é a interdisciplinaridade. Por vezes, o termo é empregado de forma genérica ou incompleta, em contextos que envolvem conceitos similares, mas não idênticos, como a multidisciplinaridade e a transdisciplinaridade. Os currículos dos cursos de graduação em Engenharia de Materiais normalmente enfocam a multidisciplinaridade na forma de disciplinas sequenciais de uma mesma área, mas sem a preocupação da interligação de seus conteúdos. A visão sistêmica, inter e transdisciplinar, é frequentemente trabalhada em componentes curriculares que permitem o desenvolvimento de projetos por parte dos discentes, estimulando abordagens que enfocam o desenvolvimento de ideias ou a solução de problemas em produtos ou processos. Ainda assim, as iniciativas comumente limitam-se a conteúdos técnicos, com maior ênfase em alguma das áreas básicas, seguindo a classificação tradicional dos materiais por classes. Tais iniciativas são válidas para a formação, mas focam um mercado que pode ser suprido de forma mais vantajosa por egressos de cursos técnicos, por não abranger aspectos de gestão, qualidade, segurança, meio-ambiente e sustentabilidade energética, de forma sinérgica, com base em dados mais próximos da realidade industrial do contexto sócio-econômico abrangido pela instituição de ensino do curso. O objetivo desta apresentação é discutir a formação em Engenharia de Materiais e os diferenciais da modalidade em relação às engenharias mais tradicionais, com foco nos aspectos inter, multi e transdisciplinares apoiados em sólida formação básica, como elementos atrativos para o mercado atual, futuro e a indústria 4.0.