Sandro Campos Amico, possui Graduação em Engenharia Química pela UFRN (1994), Mestrado em Engenharia Química pela UNICAMP (1996) e Doutorado pela School of Mechanical and Materials Engineering - University of Surrey/Inglaterra (2000). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, no Depto. de Engenharia de Materiais. Trabalha principalmente na área de Materiais Compósitos e Nanocompósitos. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível I-C (Eng II), já orientou mais de 40 mestrados & doutorados, foi Chair do BCCM-3 e seu índice H é 24. http://www.researcherid.com/rid/B-5237-2008 |
Sandro Campos Amico
GCOMP/PPGE3M/UFRGS
Resumo
Compósitos poliméricos reforçados por fibras se destacam em aplicações que requerem resistência ao impacto, originando sistemas de proteção potencialmente mais leves e de elevado desempenho. Um dos reforços mais utilizados nesses casos é a fibra de aramida, que oferece uma excelente absorção de energia e uma elevada relação resistência/peso e módulo. O processamento de compósitos para aplicações de impacto, principalmente a alta velocidade, normalmente ocorre a partir de pré-impregnados moldados por compressão ou em autoclaves, que permitem elevadas pressões (20-200 bar) e resultam em estruturas de alto desempenho, que não são em geral possíveis de se obter por outros processos, devido ao elevado teor de fibra. No entanto, tais combinações de matéria-prima e técnica de processamento acarretam em elevado custo. Neste contexto, a infusão a vácuo torna-se uma opção atrativa, pois permitem a obtenção de peças grandes e complexas, dimensionalmente acuradas e integradas, a partir de matérias-primas de menor custo, que podem ser armazenadas à temperatura ambiente por um maior período de tempo, comparadas aos pré-impregnados. De fato, encontra-se na literatura que a infusão a vácuo já foi empregada para processar compósitos de aramida, no entanto, esses compósitos são geralmente de espessura e teor de fibra limitados devido à baixa pressão (máxima de 1 bar) e à permeabilidade muito baixa dos tecidos normalmente utilizados, favorecendo o aumento do teor de vazios. Neste contexto, esta apresentação abordará a infusão a vácuo de compósitos espessos de aramida/epóxi e seu desempenho em aplicações que requeiram solicitações de impacto. Compósitos com até 28 camadas de tecido e fração volumétrica de fibra de 60% foram obtidos e caracterizados utilizando análise por ultrassom C-scan, ensaio short beam e de impacto de alta velocidade (9 mm Luger FMJ e 0.357 Magnum FMJ). Sua performance é comparada a de compósitos produzidos por compressão ou em autoclave, investigando a viabilidade da produção de compósitos espessos aramida/epóxi por infusão.